[Resenha] Distorção - Trilogia Blur Livro 1 do autor Steven James - Novo Século

Autor: Steven James
Páginas: 288
Editora: Novo Conceito
Série: Trilogia Blur #1
Adicione: Skoob
Avaliação: 5/5

Sinopse: A isolada e pacata cidade de Beldon, Wisconsin, fica chocada quando o corpo de uma estudante do ensino médio é encontrado no Lago Algonquin. Assim como todos na comunidade, Daniel Byers, de 16 anos, acredita que o afogamento de Emily Jackson foi um trágico acidente. No funeral dela, contudo, ele tem uma apavorante visão – uma “distorção” da realidade: a garota se levanta do caixão, agarra-lhe o braço e pede que ele descubra a verdade sobre sua morte. Convencido de que a aparição era mais do que mera alucinação, Daniel começa a investigar em busca de respostas. A verdade pode ser mais aterradora do que ele pensa. Todos são suspeitos. Mais horripilante do que isso, está perdendo a capacidade de distinguir entre realidade e distorção. À beira da loucura e sem saber como lidar com sua mente cada vez mais dilacerada, Daniel precisa desvendar depressa o mistério, pois pode haver um assassino à solta em Beldon. Que pode matar novamente. Repleto de reviravoltas e narrado num ritmo alucinante, Distorção inaugura uma fascinante trilogia de romances policiais para jovens adultos do aclamado Steven James, um mestre do suspense.

Distorção é o primeiro livro da Trilogia Blur, do aclamado autor de suspense Steven James, vencedor de vários prêmios no gênero. Vocês sabem como eu adoro thrillers e sempre ouvi muitos elogios sobre sua série de sucesso Patrick Bowers. Estava muito ansiosa para conhecer seu trabalho e quando ganhei o livro de presente fiquei muito animada. E agora eu entendo porque ele é uma referência! Steven me surpreendeu não com a trama a ser desvendada e sim com sua habilidade e talento de contar a história. 

Voltado para o público jovem adulto, Steven James nos traz um texto fácil. Emily Jackson de apenas 14 anos foi encontrada no Lago Algonquin morta! Beldon era uma cidade pequena, por isso todos compareceram ao velório. Mas não havia tristeza e comoção entre eles como era de se esperar em uma tragédia como essa. Estavam incomodados. Era nítido que não queriam estar ali, por ela. Emily não era querida por aquelas pessoas, na verdade ela não tinha amigos. Na escola todos a ignoravam, como se ela não existisse.

Daniel estava se sentindo desconfortável com a situação, pois percebeu que nunca tinha falado com ela também. 

“Daniel sequer havia sido apresentado formalmente a Emily Jackson, nem sabia o nome dela até a notícia chegar. Afinal, ele estava na penúltima série, e ela era caloura, de modo que não faria mesmo sentido que ele chegasse a conhecê-la bem. O fato é que ele estava mesmo triste por ela ter se afogado, estava mesmo – e, contudo, de certa forma, ele se sentia vagamente culpado por não estar ainda mais triste.”

É aqui que o autor cria um clima de tensão e expectativa no leitor. Uma contagem regressiva é iniciada. Sabemos que algo está prestes a acontecer. Mas não sabemos o que é. 

O tempo se esvai na medida em que Daniel se aproxima do caixão de Emily para se despedir. O autor nos avisa que é agora: a primeira distorção. Emily continua morta, mas de alguma forma se comunicou com ele.

“Daniel tornou a piscar. Agora, tudo estava lhe voltando à mente: a entrada na igreja, a aproximação do caixão, a vista de Emily.... Ela falou com você. Ela o chamou pelo nome.”

E então outra distorção. Outra aparição de Emily lhe pedindo ajuda. Enquanto tenta entender o significado de suas distorções, inicia uma investigação. Vai atrás de pistas que confirmem seu afogamento e o que encontra é um possível caso de assassinato!

O suspense aumenta quando o valentão da escola e sua turma começam a aprontar. Ele pode ser o único a ter alguma informação sobre Emily. Por quê?

Parece um enredo muito simples. Mas como disse antes, Steven James sabe exatamente o que está fazendo. O mistério que cerca o afogamento de Emily se complica quando o autor muda o rumo da história e confirma que o plot central sempre foi o personagem do Daniel.

O que ele viu e ouviu foi real? Ele está louco? Podemos confiar em sua mente? Esse é o problema. De repente, a distorção pode ter outro significado. Só temos a sua palavra sobre as evidências encontradas. É ele quem está nos guiando. Em quem devemos acreditar? No que podemos acreditar?

Eu adorei a escrita do autor. Distorção tem um ritmo perfeito. De um lado você não sente o passar das páginas que correm rápido. Por outro lado, você não consegue parar de ler devido à forma como é conduzido no meio de desconfianças, reviravoltas e de um crescente clímax.

No fim, não foi um jogo de adivinhação. Não é o tipo de história para tentarmos acertar o nome do assassino. E a solução para o caso de Emily não é nada complexa e não causa  impacto, mas cumpriu a proposta do livro. O autor se sobressai com a luta travada por Daniel com sua percepção da realidade, ou mais precisamente da falta dela, enquanto precisava justamente de sua sanidade para ajudar Emily.

E ainda há um plus em seu texto: de forma bem sutil e poética, ele fala sobre a vida e sobre a morte e nos deixa com uma linda mensagem sobre o agora:

“E eis a verdade da qual todas as outras emanam;Eis a primavera da qual todas as outras fluem;Em breve estarei morto.Em breve, como determinado pela poeira das estrelas e pelo tempo.Em breve, como determinado pelos cometas e pelos sonhos.Em breve. Em breve.Em breve estarei morto.E eis a pergunta que determina tudo:O que farei até isso ocorrer?”

Esse é um thriller psicológico bem leve e jovem com um toque de sobrenatural. Terminei a leitura cheia de curiosidade sobre a distorção dele, por isso não vejo a hora de ler a continuação.

Recomendo muito a leitura!

Saibam mais sobre a trilogia na coluna: Você conhece? Trilogia Blur de Steven James

Bjs.

Pri.