[Resenha] A Rosa do Inverno - Série Rawlings Livro 1 da autora Patricia Cabot- Editora Essência


Autora: Patricia Cabot
Páginas: 412
Editora: Essência
Série: Rawlings # 1

AdicioneSkoob
Avaliação: 4/5






Sinopse: 'A Rosa do Inverno' é um romance leve, com boa dose de romantismo, forte aroma de sensualidade e uma pitada de suspense. Fala de paixão arrebatadora e indevida, de destino e escolha. Mas, sobretudo, é uma história que acende o debate sobre a condição feminina, o papel, os desejos, os temores da mulher. Ao confrontar o instinto de se entregar a um homem e a decisão de manter a independência, a Patricia Cabot faz do livro um espelho dos dilemas femininos.





A Rosa do Inverno é o primeiro livro da Série Rawlings escrito por Patricia Cabot,, que para quem não sabe é o pseudônimo da famosa autora da série “O Diário da Princesa”, Meg Cabot. Eu estava esperando uma história completamente diferente. Esse não é um romance para se apaixonar e ficar suspirando e muito menos para se divertir. A autora traz, de forma bem leve, um retrato de personagens relegados ao lado B da sociedade e do abismo criado pela desigualdade de classes, principalmente de gêneros, no século XIX. 

Uma das maiores propriedades de Yorkshire, na Inglaterra, o famoso Solar Rawlings, estava entregue ao administrador, já que Lorde Edward Rawlings se recusava a assumir as obrigações do título. 

Depois de um ano procurando por seu sobrinho Jeremy, o herdeiro do ducado de Rawlings, Edward o encontrou em uma pequena vila da Escócia, chamada Applesby. Achou que seria muito fácil levá-lo para assumir o Solar e sua herança. Mas não foi isso o que aconteceu: ele teria que antes convencer a tia solteirona, com quem o garotinho de 10 anos vivia.



"Por quê? Você acha que não tenho os poderes de persuasão necessários? Uma solteirona escocesa liberal está acima das minhas capacidades?"

Mas ele nunca iria imaginar que aquela linda jovem era a justamente a srta. MacDougal. E tampouco fazia ideia do que ela passou com Jeremy por todo esse tempo. Ele tentou seduzi-la, mas se surpreendeu com o temperamento forte e a inteligência dela. Com um mínimo de contato ela foi capaz não só de perceber suas intenções, como também de descrever com assertividade a fraqueza de seu caráter. Além de fazer um discurso acalorado sobre como repudiava todos os da sua espécie: aristocratas!



"Edward fitou-a aborrecido. Mulherzinha bonita, mas irritante! E como avia adivinhado a essência de sua conversa com Herbert? Isso era tudo de que ele precisava, uma bruxa como concunhada. O que John tinha na cabeça ao se casar e entrar nessa família ridiculamente excêntrica? Mas admitia, se Katyherine tivesse pelo menos metade da beleza de sua irmã, ele podia entender a atração."

Havia muito ressentimento. Eles sobreviviam com muita dificuldade e nunca tiveram notícias ou ajuda da família Rawlings antes. E novamente ela o deixa surpreso: eles irão. Mas como condição ela faz três pedidos. Um deles o deixou desconsertado.

A Srta. MacDougal fica encantada com o Solar, conhecido por suas rosas do inverno. E ao mesmo tempo indignada com o desperdício de espaço e de dinheiro. Começa sua luta para garantir que Jeremy tenha a educação correta, e para evitar que ele se corrompa com o comportamento dessa família. Além de ter que enfrentar a amante de Lorde Edward que age como se fosse a dona do lugar. Enquanto isso, ela terá que ser forte para manter as mãos de Lorde Edward longe dela e tentar proteger seu coração.


"A boca de Edward sobre a sua mexia-se de uma forma que a fazia sentir coisas que nunca havia experimentado. Instintivamente, os braços de Pegeen se levantaram e se enrolaram ao redor do pescoço dele. Em seguida, sentiu as mãos dele deixarem os seus ombros e deslizarem para baixo da trança pesada. Quando a língua de Edward tocou a dela, a explosão de sensações quase a derrubou."

Está muito forte no texto a crítica da autora sobre o papel da mulher naquela sociedade. Pegeen MacDougal entra na história de forma polêmica dando voz a todas as mulheres solteiras, pobres e sem família. E por ousar dizer sua opinião e de forma escandalosa se atrever a ler jornais e livros é criticada e tida como liberal e obstinada.

Edward não entende como alguém na situação dela, se recusa a casar. E ela responde com todos os direitos que a mulher perde com o casamento, além de deixar de ser um individuo para se tornar propriedade de seu marido. Mas a autora vai mais longe: ela sai do comum ao retratar, mesmo que superficialmente, a situação enfrentada pelas prostitutas. 

Eu não estou falando de amantes, essas estão representadas, de forma odiosa, na figura de Lady Arabella Ashbury. Acredito que uma das cenas mais esperadas e a que eu mais gostei, foi quando Pegeen a colocou em seu devido lugar. Mas como toda mulher ferida, que não aceita a rejeição, Arabella se vingará. É aqui que a autora irá desenvolver o mistério dessa trama, que poderá arruinar o destino de Pegeen. E novamente o motivo será algo relacionado a como as mulheres são atingidas pelas regras daquela sociedade.

Quanto a Edward, minha relação foi de amor e ódio. Ele não estava acostumado a perder, sempre conseguiu tudo o que queria. E toda vez que ela o rejeitava, ele a tratava de forma mesquinha e a forçava. Como se não fosse digna de respeito por ser solteira e não querer casar. Ele queria usá-la para sua própria luxúria como se ela fosse uma qualquer.

E as provocações deles? Não era um jogo de amor. Ela o ofende ao dizer as verdades cruas, sem pudor. Mas ele devolve de forma ferina, com um tom agressivo, como se estivesse atacando-a. 

Ele foi um personagem contraditório, que me confundiu e me decepcionou muitas vezes. Sempre depois de uma cena entre eles, como se fosse outra pessoa, Edward era capaz de gestos generosos e de cuidados e gentilezas com ela. A autora guardou para o final uma revelação sobre ele.

Quanto ao final eu tenho uma ressalva: até 65% do livro aproximadamente, temos um texto intenso, muito bem fundamentado e super envolvente. Mas nos 35% restantes, houve uma mudança. Tanto os personagens quanto a história perderam força. Além disso, achei que a autora descreveu o desenlace do romance de uma forma distante, não consegui sentir a emoção em algumas cenas. 

Descobri que o próximo livro da série é sobre o Jeremy, estou ansiosa por ele, pois ele é terrível. Acho que a autora dará um tom mais cômico. 

Essa foi uma boa leitura, mesmo com a ressalva eu recomendo. E definitivamente a escrita da autora como Patricia Cabot é superior a dela como Meg Cabot.



Bjs.

Pri.



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Menina nunca li nada de Cabot e o livro parece ser bem diferente do que ela escreve, um romance de época com uma boa história. Gosto muito de acompanhar personagens em propriedades, me chamou atenção o seu amor e odeio pelo Edward, se eu te falar que amo quando tenho sentimentos assim dá vontade de esmagar o personagem!!!!!!

Eu sempre quis ler um=livro dessa autora e mesmo com suas ressalvas ,fiquei interessada! Bjs e parabéns pela resenha!

Priscilla que dica ótima menina, nunca li nada da Cabot, mas gostei de saber que ela traz algo sobre as mulheres e fortes femininas, ótima resenha e amei a capa.
Bjs

Olá,

Eu não conhecia esse livro e confesso que não faria a leitura por ser um gênero que não tenho muita afinidade e interesse. Fico feliz que você gostou de uma boa parte da história, mas torço que a continuidade seja mais cômica, como você esperando! ♥

→ desencaixados.com

Olá!
Ta aí uma autora que tenho vontade de conhecer as obras. Como fã de romances de época certamente é uma indicação e tanto. Mesmo que o desenrolar tenha se mostrado com alguns probleminhas, vou adicionar essa série na minha lista de leituras.
Beijos!

Camila de Moraes

Oie
nunca tive vontade de ler nada da Meg como Patricia por ser de um gênero que não sou tão chegada. Gostei da sua resenha e achei o enredo bem chamativo mas não sei se leria por agora

beijos
http://www.prismaliterario.com.br/

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